Texto por Zilka Andretta
á poucas artes no mundo responsáveis por nos trazer tantas emoções quanto a arquitetura.
Não é de se surpreender que o Brasil tenha muitos arquitetos e estudantes de arquitetura. Segundo os últimos dados do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, já há 221.210 arquitetos no país registrados no conselho de arquitetura e a tendência é que esse número continue aumentando nos próximos anos, porque é uma área com muitas possibilidades para criação e inovação.
Crédito foto: EDGE Projeto Arq. Daniel Arruda
A IDENTIDADE ARQUITETÔNICA NO BRASIL
A arquitetura brasileira com maior identidade foi a da década de 50, sendo de qualidade relativamente simples e emotiva.
Sabemos que a engenharia é o alicerce da arquitetura e ela é feita para emocionar as pessoas, ou seja, um projeto de arquitetura de qualidade tem como obrigação funcionar e comover o seu espectador.
Nas décadas de 1960 e 1970, com a verticalização em massa dos espaços, principalmente na cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, estrangulada pela legislação e impulsionada pela especulação imobiliária, a arquitetura no Brasil começa a perder suas características.
Nesse momento, começou um movimento de racionalização dos espaços, concomitantes ao uso maçante de vidro com ângulos retos como solução, e a repetição excessiva do estilo sem a preocupação com o que havia ao seu redor, fazendo com que a arquitetura brasileira perdesse sua característica e parasse de emocionar as pessoas.
Crédito foto: Edifício Copan
A ARQUITETURA DEIXOU DE EMOCIONAR AS PESSOAS
Pensando na evolução dos materiais e da tecnologia ao longo dos anos, os projetos de arquitetura deveriam ser muito mais ricos, porém foi exatamente o contrário que aconteceu no Brasil.
Infelizmente, pela falta da cultura de planejamento do país, vemos que a tecnologia, nesse caso, não jogou a favor da arquitetura.
Os softwares encurtaram o “tempo de projeto”, cortando-o pela metade devido ao imediatismo do mercado, os projetos se tornaram mais superficiais e prejudicaram, de certa forma, a boa arquitetura.
A ARQUITETURA INSTITUCIONAL
Saindo um pouco do movimento da arquitetura residencial e da verticalização dos espaços, vamos voltar nossos olhos para a arquitetura que possui um interesse central, envolvendo diferentes relações inter-humanas e desenvolvida para uma grande demanda de pessoas: a arquitetura institucional.
Esse tipo de arquitetura é composta por edificações complexas, como museus, aeroportos, universidades, teatros, estádios, entre outros.
É ela quem rege os grandes exemplos da arquitetura e garante que a arquitetura brasileira continue existindo e marcando gerações. Além disso, é por meio dela que conseguimos acompanhar um tímido movimento arquitetônico no país.
Crédito foto: Wave Beira Mar. Projeto Arq. Daniel Arruda
NOVO MOVIMENTO ARQUITETÔNICO NO BRASIL
A inevitabilidade da verticalização dos espaços, misturado com o planejamento e qualidade dos edifícios institucionais, começam um novo movimento arquitetônico no Brasil, regido por grandes edificações residenciais e comerciais que comunicam com o seu entorno, exploram o uso de formas orgânicas, empregam novas tecnologias, utilizam materiais inovadores, com excelentes planejamentos e agregando valor ao produto.
Podemos ver esse movimento presente em diversas cidades brasileiras, como em Fortaleza/CE, onde os arquitetos como Daniel Arruda tem transformado o skyline da cidade e colaborado para a retomada da arquitetura brasileira de qualidade.
Portanto, fica claro que é a atenção total aos detalhes que faz a diferença na arquitetura, já que ela é a responsável por agregar valor ao seu produto e dar qualidade ao seu espaço, porque o tempo para executar um mau projeto é o mesmo que se leva para executar um projeto de qualidade.
Crédito foto: EDGE Projeto Arq. Daniel Arruda